A termografia é uma tecnologia incrível que vai além do que nossos olhos conseguem enxergar. Ela nos permite visualizar situações clínicas e doenças que passariam despercebidas de outra forma.

Hipócrates, lá em 440 a.C., já usava a temperatura corporal para diagnosticar pacientes, aplicando lama e identificando áreas secas como doentes.

A pele, nosso maior órgão, é vital no controle da temperatura corporal, regulada pelo sistema nervoso central e autônomo.

Na Inglaterra de 1800, o cientista Herschel revelou que a luz branca se compõe de várias cores invisíveis ao olho humano, incluindo a radiação infravermelha.

Mais de um século depois, surgiu a termografia, palavra que combina “thermo” (calor) e “graphia” (escrita), uma técnica que registra as temperaturas do corpo usando câmeras de alto desempenho para detectar a radiação infravermelha.

Ela está presente em diversas áreas, desde a indústria até a medicina. Recentemente, durante a pandemia, vimos seu uso em lugares como shoppings e aeroportos, onde a temperatura das pessoas era monitorada em tempo real.

Na medicina, a termografia está presente desde 1957, quando R Lawson a utilizou para diferenciar a temperatura da pele em mamas normais e com câncer.

Com o avanço tecnológico, softwares foram adicionados às câmeras na década de 1980, tornando-a mais acessível.

Com o uso em pacientes, surgiram diretrizes para interpretação das imagens, com base na simetria do corpo humano.

A termografia é capaz de detectar a radiação infravermelha emitida pelo corpo, revelando uma fisiologia normal ou alterada. Isso é especialmente útil na avaliação de processos inflamatórios, condições endócrinas, neurológicas e oncológicas.

Ela é usada em várias áreas da medicina, incluindo neurologia, otorrinolaringologia, gastroenterologia, ortopedia e ginecologia.

Seu principal objetivo é prevenir, detectar, monitorar e auxiliar no tratamento de doenças, como sinusite, pneumonia, tumores malignos, fibromialgia e até mesmo doença de Parkinson em estágios iniciais.

A termografia também ajuda a entender a dor, seja aguda ou crônica, mostrando problemas fisiológicos e disfunções do Sistema Nervoso Autônomo.

É um exame seguro, sem radiação, adequado para gestantes, idosos e crianças, e pode ser repetido quantas vezes necessário.

Em mamografia, a termografia complementa a detecção precoce de lesões em mamas de pacientes de risco.

Além disso, ela auxilia no diagnóstico de doenças neurológicas, como a esclerose múltipla, identificando problemas de regulação da temperatura corporal.

Programas de treinamento esportivo também a utilizam para prever lesões em atletas, economizando tempo e dinheiro.

De forma popular, a termografia pode identificar problemas de saúde antes mesmo de causar dor, permitindo tratamento precoce.

Lembrando que a interpretação dos resultados deve ser feita por médicos experientes, que considerarão a história clínica e o exame físico de cada paciente.